Era uma quarta-feira como qualquer outra, no fim da tarde e final da última aula, eu não parava de olhar a janela e para o relógio, tudo que eu queria era ir embora já que eu estava cansado das aulas. Só conseguia me imaginar sentado com a cabeça apoiada na janela do ônibus a caminho de casa e vendo os faróis dos carros passando rapidamente, porém minha volta para casa não foi tão calma como eu imaginava.

Cinco horas da tarde na penúltima aula, todos da sala perceberam que estava chovendo, no entanto começou a chover cada vez mais forte a ponto de começar a entrar água na sala, e devido ao barulho imenso da chuva o professor estava com dificuldade de passar o conteúdo e nós com dificuldade de entender, até que a chuva parou e o meu desejo de ir para casa em paz estava começando a virar realidade.

Seis horas e cinquenta estávamos saído da escola, o chão estava molhado da chuva e com um clima frio, eu estava indo ate o ponto de ônibus cantando mentalmente a música “what a wonderful world” do Louis Armstrong e ansioso para chegar em casa. A caminho do ponto começou a chover um pouco, então peguei meu guarda-chuva, porém a chuva começou a engrossar a ponto do meu guarda-chuva não estar mais aguentando, então aguardei ele e comecei a correr. Quando cheguei no ponto encontrei três colegas Felipe, Erick e Fábio todos estudávamos na mesma escola e todos nós morávamos no mesmo bairro, quando me posicionei debaixo do ponto de ônibus e vi que eles estavam fazendo uma barreira com os guarda-chuvas para não entrar uma quantidade imensa de água no ponto, percebi que estávamos em uma situação ruim já que nós não conseguíamos ver se o ônibus estava vindo e não passava nenhum carro ou qualquer outro veículo na rua já que a cidade estava com um caos no trânsito devido a água pelas ruas.

Até que já eram sete horas e um carro havia parado do lado do ponto e dele sai o meu pai que foi correndo me levar para casa, mas, naquela confusão toda os meus colegas também entraram no carro só que meu pai não sabia disso.

• – Quem são vocês? – disse meu pai desesperado.
• – Sou amigo do Mateus – disseram os três juntos.
• – A gente mora lá na Vila Fátima também- disse Fábio.

Ficamos muito tempo para conseguir sair do centro da cidade pois estava tudo alagado e as saídas estavam com transito, mas meu pai que sempre foi desenrolado acabou achando uma saída. E entramos na avenida que levava até a nossa casa, no caminho nós tínhamos que passar por uma guarita, um lugar que era famoso por alagamentos em tempo de garoa, então passar por lá era um desafio já que a fila de carros era gigante, mas meu pai cortou caminho por um bairro ao lado. E quando nós olhamos para trás e vimos a guarita e ficamos aliviados, pois dali em diante o caminho era mais tranquilo.

Até que eram oito horas e estávamos a caminho de casa, e foi ali que o meu desejo se realizou pois eu estava com a cabeça apoiada na janela e vendo os faróis dos carros passar rapidamente.

Em uma vila distante do centro de Suzano um pequeno lugar onde todas as pessoas se conheciam e onde sempre ajudavam um ao outro com o que podiam e lá existia uma professora chamada Mimi, alegre mãe de três filhos e ela dava aulas particulares até as nove horas da noite para conseguir sustentar a família.

Ela tinha seis alunos e cada um deles tinha seu jeitinho especial, mas vamos começar pelos gêmeos, eles eram filhos de um casal bem sucedido por isso estudavam em escola particular tendo até aulas de empreendedorismo, porém, com a quarentena eles acabaram tendo aulas online e seus pais foram atrás de alguém para orientá-los nas aulas, e acabaram encontrando Mimi que por ter feito faculdade acabou conseguindo o emprego, um dos maiores desafios com os gêmeos foi o desrespeito pois eles tinham matérias que Mimi nunca tinha visto e por não saber algumas matérias eles há chamavam de burra, e isso a deixava chateava, mas ela ainda continuava.

Ao longo do tempo eles começaram a se dar bem, a ponto de Mimi começar a ganhar bolo quase todos os dias, e os gêmeos começaram a ensinar Mimi as matérias que a professora não sabia assim ambos os lados saiam aprendendo.

Mimi tinha outro aluno com deficiência, e ela procurava formas de ensino dinâmica para que ele conseguisse entender.

Ela também ajuda um aluno que está passando pelo divorcio dos pais, e seus alunos também a ajudam demais, assim é quando ela vê a evolução dos seus alunos ela sente que seu trabalho realmente vale apena.

O ano era 1948, o sol estava se pondo, a noite começava a pesar cada vez mais, as nuvens estavam pairando sobre o sol e a lua cada vez mais se tornava visível naquele clima seco, e lá estava João, voltando de um longo dia de trabalho árduo por um pequeno caminho que para ele era bem comum e familiar, caminho esse que lhe levava diretamente para sua casa.

Enquanto João caminhava a noite começava a chegar, cada vez mais algumas árvores que ficavam ao lado desse pequeno caminho. Passaram a ficar cada vez mais tenebrosas com a sombra causada pela lua, árvores essas que possuíam apenas algumas folhas secas em seus galhos, os fumos que ficavam por ali, que formavam quase um pequeno campinho também estavam secos devido à falta de chuva nessa região.

Durante alguns momentos da sua caminhada, João percebia que algumas coisas estranhas estavam acontecendo. Aquelas árvores monstruosas pareciam querer agarra-lo, percebia que havia alguns vultos passando ao seu redor, João estava se sentindo cercado. Em alguns momentos ele podia claramente sentir uma sensação de medo e calafrios, uma sensação que ele não sentia a algum tempo, quanto mais ele andava, mais perdido ele se estava se sentindo, aqueles sons, as sombras, aquela junção de tudo que estava acontecendo estava lhe trazendo uma confusão em sua mente, parecia um nó interno se formando em sua cabeça, ele não sabia nem se ele iria chegar em casa para ver os seu filhos novamente, até que ele se deu conta que em sua volta uma fumaça começou a surgir.

Era uma fumaça espessa, grossa, João sentia que poderia tocar ela, aquilo parecia algo sólido, mas ao mesmo tempo não era. Naquele lugar nunca houve nada para atrapalhar o caminho de João, naquele lugar nunca houve a sequer aparência de algo que poderia causar algum dano a ele, para João ele seguia aquele caminho desde que ele se conhecia como pessoa, nenhum mal jamais havia o incomodado ali, mas como sempre diziam na sua cidade “para tudo tem uma primeira vez na vida”.

Sem rumo, perdido, João viu o cercando uma figura esguia, bem magra e alta, era uma figura cinzenta com o que pareciam ser cabelos ruivos em sua cabeça, entre esses vultos João percebeu essa figura que o fez ficar mais assustado. Essa figura bizarra se movia muito mais rapidamente do que algo humano, ela era muito mais alta que qualquer morador de sua cidade, os sons que aquela criatura reproduzia quando passava era algo muito animalesco, som similar a um porco, mas os passos eram muitos mais pesados para ser uma criatura comum como um porco da região.

A mente de João começou a pensar, pensar e cada vez mais ele queria saber o que aquilo era enlouquecidamente, até que ao longe ele viu a claridade chegando. O sol estava nascendo e João se deu conta de que não tinha a menor ideia de onde ele estava, toda aquela fumaça que estava ao seu redor, aquela névoa grossa havia sumido, o que havia ali era apenas a poeira do chão seco, o que poderia ter acontecido, tudo simplesmente sumiu como um estalar de dedos de um efeito hipnótico.

João começou a correr desesperadamente já que estava perdido sem saber onde ele estava, ele tropeçava, corria, João estava em total desespero, o caminho de sempre parecia estar 3 vezes maior do que ele era, João passava por bifurcações no caminho torcendo para que ele levasse para algum lugar, e então, bem ao longe ele conseguiu ver algumas casas, e então já sem saber o que fazer, seguiu até aquela cidadezinha já que pelo menos ele poderia pedir ajuda para alguém.

Chegando mais perto João conseguiu ver que aquele lugar era familiar para ele, andando ele começou a reconhecer algumas fazendas das regiões, alguns animais que ficavam do lado de fora das casas, como bois e porcos.

João percebeu que finalmente ele estava perto de sua casa, ele reconheceu as pessoas indo trabalhar de manhãzinha, animado então em perceber que achou o caminho de casa ele começou a correr para finalmente encontrar sua esposa e filhos.

E então João abriu o portão com uma felicidade no rosto, correu para dentro e finalmente conseguiu ver o rosto de sua esposa, algo que finalmente o acalmou depois da situação desesperadora que ele acabava de ter passado, e então no rosto de Maria sua esposa, qualquer um podia perceber que ela havia aliviado uma grande preocupação de suas costas, os dois estavam juntos finalmente.

• -Mas João que demora, eu fiquei preocupada a noite inteira! O que aconteceu? Perguntou Maria
• -Maria do céu, se eu te contar você não ia acreditar em mim...

E então João contou descritivamente tudo que tinha desde ontem à noite até agora, ele falou da densa fumaça, os sons animalescos, o movimento veloz da criatura, tudo possível para aquela história parecer a mais real possível, ele não conseguiria acreditar que aquilo era só uma ilusão, uma peça que sua mente havia pregado nele mesmo, ele estava sobreo, não tinha como tudo ter sido uma mentira.

• -João, eu tenho quase certeza de que sei o que você viu. Disse Maria com um rosto que expressava uma certa curiosidade
• -Como assim você sabe? o que me atacou? Indagou João com uma pequena reação de desespero para Maria
• -Olha, eu acho que você viu a caipora João...

E então João lembrou de quando a sua mãe lhe contava a história de que a caipora costumava andar por aquelas regiões de sua cidade, atacando aquelas pessoas que passavam pelo seu caminho, fazendo com que elas se perdessem e nunca mais encontrassem o caminho de volta, aí todos da cidade plantaram uma árvore de fumo ali perto, já que segundo lendas mais antigos que eles mesmos diziam que a caipora os deixaria em paz se eles trouxessem fumo para ela.

Daí a história começou a fazer sentido na cabeça de João, os fumos que ficavam ali estavam totalmente secos, então não havia nenhum fumo para a caipora usar, então com raiva ela atacou a primeira pessoa que ela tinha visto, João.

Não tem praticamente nada para se fazer em uma cidade tão pequena como Ribeirão Pires, principalmente em um bairro dentro dessa cidade pequena que o único comércio desse bairro são dois bares que fecham quando o relógio bate as três da tarde, mas, é claro que um grupo de 5 crianças sabem como achar algo para fazer mesmo que seja sem querer.

• -Que tarde chata! – reclamou Breno com as mãos em seus bolsos.
• -Eu já disse que nós podíamos brincar de esconde-esconde, mas, o Pedro conseguiu acabar com a graça do jogo já que ele decidiu decorar todos os esconderijos – disse Nicolas.
• -Eu não os decorei, vocês que sempre se escondem sempre no mesmo esconderijo, se for assim você também decorou já que sempre me encontrava primeiro – respondeu Pedro, e então Nicolas o deu um tapa na orelha em seguida.
• -Então o que a gente vai fazer agora então? – perguntou Matheus.
• -Não sei, pega-pega? – disse Nicolas.
• -Vamos jogar bola – disse Breno.
• -Verdade, vamos jogar bola – concordaram todos enquanto ignoravam a sugestão de Nicolas.

E então os irmãos Pedro e Vitor pegaram uma bola meio velha que eles tinham jogada em seu quarto, algumas pessoas que olhassem para aquela bola poderiam dizer que ela não estava em condição boa para jogar ao menos uma partida de futebol, mas, como eles não tinham nenhuma outra opção, eles jogaram com essa bola mesmo que ela estivesse em uma mísera condição.

Cada um deles estava jogando tranquilamente, Nicolas sendo o mais alto era o goleiro do lado esquerdo, e Matheus o goleiro do lado esquerdo daquele mini campinho que eles haviam criado no meio da rua, os jogadores foram divididos como 3x1, Pedro e Breno contra Vitor, na verdade era basicamente Breno contra Vitor já que Pedro não sabia jogar bola muito bem e mais atrapalhava do que ajudava.

Então, o jogo estava empatado, a bola ia e voltava até que Pedro deu um chute extremamente forte com a ponta do pé, o que fez com que a bola fosse tão alta que ultrapassasse o grande muro do vizinho:

• -Pedro, o que você fez? – reclamou Vitor.
• -Eu não sei! Foi sem querer, eu não queria ter chutado a bola para longe – respondeu Pedro.
• -E o que a gente faz agora já que o boca-aberta aí exilou a boa – perguntou Matheus aos outros.
• -Por que vocês não pulam o muro? Vocês não já fizeram isso antes? – indicou Nicolas.
• -É, a gente pulou, mas não deu muito certo – disse o Breno.
• -Como assim não deu certo? É sério que você ainda tá com medo daquele Pinscher? – Vitor disse para Breno.
• -Eu? Mas eu nunca disse isso.
• -Olha lá ele ainda tá com medo do cachorrinho – todos disseram.
• -Tá bom, mas quem vai ir pegar a bola?
• -Eu acho que eu e o Pedro não conseguimos pular o muro, e você está com medo do cachorro em miniatura do vizinho, acho que tem que ser o Matheus e o Vitor – disse Nicolas.
• -Tá bom então, eu e Matheus vamos pular o muro – disse Vitor com uma cara meio blasé.

Então com todos tentando ser meio discretos, mesmo que eles sabiam que não tinham como ser discretos já que eles eram 5 pessoas tentando escalar um grande muro, então sem muito esforço, já que os dois eram magros e não eram tão pequenos, mas, também não eram altos.

Até que lá de cima do muro Vitor disse:

• -Mas e se o Serra chegar?

Serra era o padrasto de Pedro e Vitor, um homem com mais ou menos 1,80 de altura, uma cara meio rancorosa e sempre com um cigarro na boca, Serra era uma pessoa bem dura, que se visse Vitor pulando o muro sendo que ele já havia dito a ele para não fazer aquilo de novo, Serra iria deixar o garoto de castigo por um bom tempo.

• -Se ele aparecer a gente pensa em uma desculpa – disse Breno.
• -Mas e se a gente estiver pulando o muro para voltar? – perguntou Matheus.
• -Você não pula ué – respondeu Nicolas.

E então dois pularam para dentro da casa do vizinho e os outros três ficaram para o lado de fora esperando, até que um minuto havia passado, dois, três, até que eles perceberam que haviam se passado quase 15 minutos, o que é bem demorado para uma coisa tão simples como pegar uma bola e subir o muro novamente.

Até que ao longe os 3 garotos que estavam esperando do lado de fora, veem uma caminhonete de cor vinho, subindo pelo morro:

• -E agora? O que nós vamos fazer? – disse Pedro um pouco desesperado já que ele sabia que ia ficar de castigo também.
• -Se acalma, eu tenho a mentira perfeita, mentira não, prefiro dizer INVERDADE já que soa mais elegante. – Nicolas respondeu.
• -Calma gente, as vezes ele também pode nem falar com a gente – disse Breno.

E nesse um em um milhão de chances, aconteceu justamente o que eles não queriam, Serra para o carro bem na frente deles do outro lado da rua, bem ao lado de sua casa e diz:

• -Vocês viram o Vitor?

E então Nicolas que depois de ter visto o carro e que estava fingindo estar conversando a um tempo com os outros meninos, se vira para Marcelo e diz:

• -Então, nós queríamos saber também, estávamos brincando de pique esconde e não sabemos onde que ele e o Matheus estão.

Serra olhou para eles, soltou um resmungo e deu um trago no seu cigarro já que ele viu que era uma situação plausível pois ele sempre via todos eles brincando pelo bairro:

• -Eu queria saber onde ele estava também, eu tenho que falar com ele, nenhum de vocês viram para onde eles foram?
• -Eu chuto que eles tenham ido para a rua de baixo – disse Nicolas fazendo uma improvisação pois ele ainda queria manter sua mentira em controle.
• -Bem, então por que vocês não vão procurar eles? Eu fico aqui esperando.

E então Nicolas disfarçando a cara de espanto pois percebeu que a situação saiu do seu controle:

• -Ok então, a gente vai procurar eles.

E então os três sem saber o que fazer, eles seguiram para a rua de baixo, que era a rua do lado oposto de onde eles costumavam brincar, eles não andavam muito por ali já que nenhum deles morava lá:

• -Vitor! Matheus!

Todos eles gritaram esperando que os dois que eles não sabiam onde estavam aparecessem, e parece que por um passe de mágica eles dois apareceram cada um com um sorvete na mão e Matheus com a bola de futebol debaixo do braço:

• -Ué, de onde que vocês tiraram esse sorvete? – disse Breno confuso.
• -É, a gente não sabia o que fazer, o Serra estava procurando vocês, aí a gente teve que vir aqui na rua de baixo procurar vocês – complementou Nicolas.
• -Olha, a gente entrou na casa do moço sem saber que ele estava em casa, aí e viu a gente e perguntou o que a gente estava fazendo ali. – Respondeu Vitor
• -Aí a gente respondeu que foi lá pra pegar a bola, e deu sorvete para a gente – complementou Matheus.

E com uma cara de desnorteado Nicolas disse:

• -Espera só um segundo, então em nenhum momento nós pensamos em apertar a campainha?

Todos os garotos começaram a se encarar e riram dessa confusão que acabara de passar.

Provavelmente você já viu pessoas dizendo “o que pode dar errado em uma viagem?”, mas poucos sabem que o certo a se pensar é “o que pode dar certo em uma viagem?” pois foi o que Felipe deveria ter pensado quando ele e seus 10 amigos deveriam ter pensado quando foram viajar para uma pequena cidade em Marrocos.

Imagine a viagem dos sonhos, durante sete dias, Felipe e seus amigos que ele havia conhecido na faculdade, sua amiga francesa Alicia, e seu amigo do maranhão Davi com outros 8 colegas.

O grupo estava se divertindo muito, pois o lugar era algo novo, é como visitar um lugar que você tivesse curiosidade de saber como é desde os 9 anos de idade, era mágico.

Eles passaram 1 noite com uma tribo no Saara, andando em camelos pelo deserto, e caminhadas pela cidade. A cidade era bem pequena e bem pobre, mas ela ainda possuía o seu comércio local, e por estarem lá, eles precisavam comer, então todos foram até um restaurante no centro da cidade, e a maioria do grupo pediu o mesmo prato, menos Felipe, Alicia e Davi. Todos adoraram os pratos da região e voltaram para o hotel onde estavam hospedados depois dessa caminhada que eles haviam feito no deserto.

Algumas horas se passaram até que os 8 que haviam comido o mesmo prato começaram a passar mal no quarto que eles estavam hospedados, o quarto era um grande espaço com várias camas, então Felipe, Alicia e Davi perceberam que havia acontecido alguma coisa de errado ali, e obviamente a primeira suspeita era a comida do restaurante.

Seus colegas estavam passando muito mal, todos doentes com os mesmos sintomas, tossindo, vomitando, era quase uma febre só que um pouco mais forte:

• -Nossa que pesadelo – disse Davi com uma cara de nojo
• -O que a gente vai fazer? – Alicia perguntou
• -Vamos levar todo mundo para o hospital, ninguém vai melhorar sozinho aqui – disse Felipe para todos

E então o grupo inteiro foi a procura de um hospital ali perto, e a cidade parecia deserta, o único jeito para conseguirem uma informação era falando em francês, já que era a única língua que alguns dos moradores sabiam falar, sorte que Alicia estava bem e era fluente na língua, e no meio dessas informações eles descobriram que havia um hospital público um pouco longe da cidade, então eles foram o mais rápido possível para aquele hospital.

Quando eles chegaram eles viram que o hospital era super atencioso e que os médicos eram bons, mas naquela cidade eles ainda não recebiam uma verba boa, isso podia ser visto, o ambiente era tipo o de alguns hospitais de guerra de alguns filmes antigos, mas os médicos conseguiram dar um soro para os 8 do grupo que estavam mal, e eles passaram mais uma noite fora e adquirindo mais uma experiência naquela viagem:

• -Bem, não foi tão bom quanto a noite no deserto, mas, adquirimos uma nova experiência – disse Alicia
• -Será que no futuro nós vamos rir disso? – perguntou Felipe
• -Olha, talvez eles demorem um pouco mais para rir de passar mal e ficar uma noite na cama de hospital, mas talvez nós três vamos rir deles no futuro. - respondeu Arthur

No dia seguinte todos eles estavam bem e prontos para ver novos pontos turísticos de Marrocos, mas dessa vez escolhendo bem os pratos dos restaurantes que estivessem frequentando.

Em uma noite casual e rotineira, um rapaz chamado Cleiton se apressava para ir até a igreja, já que estava um pouco atrasado, ao se aproximar com o carro notou três indivíduos que pareciam o aguardar. Cleiton suspeitando um pouco continuou seu rumo e saiu do carro para entrar na igreja, quando nesse momento o rapaz infelizmente percebe que deveria ter considerado suas suspeitas, mas que agora já era tarde.

Dos três indivíduos o que aparentava ser o mais jovem estava armado, antes mesmo de pensar em reagir o rapaz foi rendido e o ordenaram aos gritos para que ele entrasse no porta-malas, sem escolha ele teve que entrar, com mais nada além de sua bíblia e o botão de alarme do carro.

Cleiton sem saber aonde estava indo, passou o caminho todo lendo partes da bíblia e unindo de toda sua fé, depois de um longo caminho atravessando diversas cidades, o rapaz então foi tirado do carro e percebe que está perdido no meio do mato, os indivíduos o ordenam a se virar para trás e dizem que se ele tentasse alguma coisa estaria morto. Cleiton mesmo seguindo as ordens, acreditou que iria morrer naquele lugar, mas os três o largaram ali e foram embora com o carro. O rapaz um pouco mais aliviado lembrou-se de que tem consigo o alarme do carro e então, e ao ouvir a voz do senhor, ele diz que se o rapaz ativar o alarme, ele não estaria mais lá para o proteger, Cleiton com toda fé e coragem que o restava, escutou o que a voz lhe disse e se livrou do botão de alarme, andando por quase 3km para encontrar ajuda

Após tanto tempo andando, o rapaz finalmente encontra uma casa e joga pedras na janela para que notassem sua presença, um homem então sai da casa irritado questionando o motivo de Cleiton estar fazendo aquilo, Cleiton então explica o ocorrido e consegue contato com seus parentes, descobrindo que já estavam todos em sua casa pois um deles havia visto o que aconteceu, mas no momento não pode evitar. O rapaz é então levado de volta para casa e encontra todos os seus parentes e amigos da igreja, os agradecendo imensamente e agradecendo ao senhor por ter o protegido naquela situação.

Sandra era uma criança que estava animada para ir à praia, sua mãe muito preocupada e protetora mostrou para a menina um ponto de referência de onde estavam para que Sandra não se perdesse, e encarregou seu marido prestar atenção na menina. Sandra então entrou no mar e passou um bom tempo se divertindo, mas então se deu conta de que estava muito longe e não enxergava mais o ponto de referência que precisava para voltar, desesperada a menina correu por toda a praia e se afastou ainda mais dos pais.

A menina correu até encontrar uma mulher que lhe ofereceu ajuda, a mulher dizia que iria ajudar se a menina fosse até sua casa. Mesmo jovem, Sandra entendeu o risco da situação por ensinamentos de sua mãe, recusou a ajuda e continuou a correr, quase perdendo as esperanças na busca de seus pais.

Depois de um longo caminho, oficiais de justiça perceberam a situação da menina e ela após conseguir se acalmar, a menina informou o número de sua mãe que naquela hora já estava enfurecida com a falta de atenção do marido e extremamente preocupada com sua filha, Sandra então finalmente foi resgatada pelos seus pais e conseguiu explicar toda a situação.

Olha só, o que temos aqui, geralmente não é muito comum ver pessoas na minha residência procurando saber da minha própria história, já que geralmente aqueles que ficam sabendo dela nunca são encontrados vivos no dia seguinte...

Mas enfim, já que estamos aqui eu não posso te deixar sair sem um pouco de leitura e entretenimento já que eu fui criado para ter apenas duas funções, a de contar histórias e a de sempre necessitar de roupas extremamente estilosas e coloridas no meu modelito, quase como um uniforme, mas eu gosto.

A propósito, o meu nome é Clóvis, o seu narrador, mas não estamos aqui para falar de mim, estamos aqui agora para falar de... mim? Você entendeu o que eu quis dizer, rumo a história:

A minha história começa há milénios atrás, antes de sequer a vida humana na terra existir, eu fui um dos primeiros habitantes de r'lyeh, junto com outras criaturas místicas como a Dercy Gonçalves, nyarlathotep e aqueles que os leitores de Lovecraft consideram o “grande e poderoso cthulhu”, sendo que isso não chega nem perto do que ela realmente era. Não passava um cabeça de polvo com complexo de superioridade e seguidores com medo de serem banidos da cidade, que foi o que ocorreu comigo. Uma pena, eu sinto falta de r'lyeh, eles ofereciam diversos serviços gratuitos para moradores, como alimento e serviço de quarto.

Logo depois de ser banido de r’lyeh eu tive obviamente que fugir para o lugar que todas as criaturas místicas perdidas sempre vão, que é o belo planeta azul y-7898, também conhecido como terra. Com certeza era um ambiente um pouco estranho já que sempre é repleto de animais fracos que morrem com coisas simples tipo pedras vindas do espaço, temperatura alta ou baixa demais e água. A única coisa boa que aconteceu enquanto eu morei naquele lugar com certeza foi somente a companhia de Dercy Gonçalves, que também tinha sido banida de r’lyeh uns tempos depois que eu, havia sido banido, obviamente por conta das piadas que ela fez sacaneando o cabeça de tentáculos.

Então lá eu vivi durante incontáveis séculos segundo a medida de tempo criada por vocês humanos, até mais ou menos 2023, já que o lugar se tornou extremamente chato e monótono depois que as máquinas assassinaram a raça humana e se tonaram o único ser vivo dali. Elas até que eram bem simpáticas e compreensivas comigo já que eu era um ser superior a elas, mas ninguém tinha um pingo de senso de humor ou se quer falavam. Mesmo assim trouxe dois robôs considerados falhos comigo já que eu decidi sair do planeta robobolândia. você acredita que eles consideravam as máquinas falhas só porque elas tinham sentimentos e senso de humor? Daqui a alguns anos eu quero voltar para aquele lugar para ver o que aqueles robôs fizeram para mudar aquele planeta.

Até que quando eu decidi sair do planeta azul, que já não se parecia nada com a terra de antigamente, e nem tinha mais sua cor azul, então eu descobri a existência uma nave que os robôs usariam para conquistar outros planetas, no caso era o que eles pensavam mas eu a peguei para uso próprio e fugi para a não tão imensa galáxia, viajando por diversos planetas e espectros espaciais o cosmos e da infinitude de multiversos. Minha vida até que se tornou bem chata e monótona, então geralmente eu decido pegar histórias de todo esse meu longo tempo de vida, fazer delas pequenos contos, e espalhar para quem quiser ler.

Sabe, você é um ser bem curioso, quieto... ninguém nunca parou para somente ouvir a minha trajetória, geralmente me chamam de mentiroso, jogam água em mim como uma forma de ofensa, e então eu fico bravo e faço com que eles sejam banidos para a zona de anti-matéria, mas de fato você é diferente de todos os que já vi durante as viagens que tive durante meu longo e tedioso tempo de vida, talvez eu decida escrever uma história sobre você...

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